quinta-feira, 21 de maio de 2020

As letras e eu (ou como nasce um profissional de letras)

O poema Biblioteca Verde (Carlos Drummond de Andrade) me fez viajar à infância quando conheci os primeiros livros, através do meu pai. Ele tinha uma coleção em percalina verde chamada “Biblioteca do Pensamento Vivo” com biografias de diversas personalidades da ciência, filosofia, política e religião. Também, havia uma coleção em percalina vermelha e letras douradas, com os clássicos de Julio Verne. Li muitos deles, alguns apenas folheei. Herdei todos, pelo amor às letras. Permanecem ali na estante, à espera.

Lembro quando minha mãe chegou com um volumoso livro de capa preta. Era um dicionário. Eu mal sabia ler, mas me apaixonei instantaneamente. Era uma edição bem completa, com lista de expressões em latim, pronomes de tratamento, numerais, coletivos de animais, entre outras maravilhas da nossa língua. Gostava de navegar por aquelas páginas, descobrindo coisas novas.

O primeiro clássico que li foi “O retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde, me apaixonei. Outro que me encantou demais foi “Cem anos de solidão” com o qual Grabriel García Marquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura e, sem dúvida, Dom Quixote de La Mancha, novela clássica de Miguel de Cervantes. Esses eram da Biblioteca Pública de Porto Alegre, com certeza um capítulo à parte nessa história, aquele prédio imponente, no coração da capital gaúcha.

Mais tarde, não sei como, chegou às minhas mãos “Viagem de um naturalista ao redor do mundo” de Charles Darwin, com suas notas sobre a viagem a bordo do navio Beagle, as quais o levariam à sua revolucionária Teoria da Origem das Espécies. Gosto como ele descreve as paisagens, fauna e flora, especialmente em sua estada no Rio de Janeiro em abril de 1832.

Depois mergulhei em diversos autores, brasileiros e estrangeiros, não cabem todos na memória, alguns até foram esquecidos, pela irrelevância do conteúdo.

Recentemente estive em uma biblioteca pública. A equipe estava se preparando para receber um grupo de crianças, se esmeravam na arrumação para que elas se encantassem com aquele universo. Fiquei feliz e desejei que cada uma delas pudesse ser cativada, como um dia eu também fui, pelos livros e pela magia das letras. 

Texto adaptado de 2010. Disciplina: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS. Curso: Letras – Espanhol – UFPel.

21 de maio, dia do profissional de letras. 

domingo, 17 de maio de 2020

Resenha: Hebe - a estrela do Brasil

O filme Hebe - a estrela do Brasil (2019) é uma ficção, não uma biografia, porém atravessa a trajetória da famosa apresentadora brasileira em um recorte histórico do país na década de 80 durante a redemocratização, após a ditadura militar. 

Andréa Beltrão em uma interpretação espetacular apresenta Hebe Camargo com força, alegria e conflitos pessoais.
Figurino, cabelo e maquiagem primorosos e dignos da estrela popular que ela foi no Brasil.

Há os dilemas pessoais da apresentadora com o marido Lélio, ciumento, em um relacionamento tóxico, que culminaram na separação do casal e a solidão do filho Marcelo, que emergem o paradoxo do sucesso profissional com as mazelas familiares.

O filme se concentra na transição da carreira de Hebe da rede Bandeirantes, cuja saída se deu pela interferência da censura, para o SBT, emissora na qual ela trabalhava quando se envolveu em um escândalo político em decorrência de suas opiniões sobre a corrupção, a inflação e a defesa das minorias, enquanto em contradição recebia Paulo Maluf na ceia natalina.

Há cenas emocionantes com o seu cabeleireiro Carluxo, vítima da AIDS. Também momentos hilários com Dercy Gonçalves e Roberta Close. 
Outros personagens famosos apresentados na narrativa são Roberto Carlos, Chacrinha e até Menudos em uma cena constrangedora de Hebe falando em Portunhol. 

O filme mostra um pálido retrato da desigualdade do Brasil nos anos 80, mesmo assim nos traz reflexões necessárias sobre liberdade e democracia, temas que são caros no Brasil atual.

sábado, 11 de abril de 2020

Resenha: Domingo

Domingo (2019).

A narrativa se passa quase totalmente em um único dia, 1⁰ de janeiro de 2003. 

Uma família burguesa em decadência se reúne para o churrasco de ano novo na fazenda deteriorada da matriarca no interior gaúcho, enquanto a empregada e sua filha assistem à posse de Lula na TV em meio às demandas do trabalho da casa. Há uma atmosfera de esperança no ar.

Durante o dia as relações familiares expõem os problemas com bebidas, drogas, sexo, preconceito, machismo, traição, entre outras mazelas humanas.

A trilha sonora é uma história a parte, Engenheiros do Havaí, Nei Lisboa e o bolero "Solamente una vez" entoado em uma cantoria familiar. 

Filme absolutamente necessário para entender o Brasil.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Signos que hacen la diferencia

Para comprenderse perfectamente un texto, es necesario mucho más que sólo palabras dispuestas unas al lado de las otras. Un texto coherente, que tenga sentido para quien lo lee, debe contener algunos signos que denominamos de puntuación.

Se engaña, sin embargo, quien piensa que la puntuación es mera coadyuvante en un texto. ¿Pero por qué estos signos son tan importantes?

En verdad, sin una correcta puntuación el mensaje que se desea pasar - a través de un texto – se queda comprometida, muchas veces perdiendo el sentido original. Un punto, o una coma fuera del lugar, puede cambiar completamente el sentido de una frase.
Por ejemplo:

"Observe los diferentes sentidos que la misma frase puede asumir conforme su puntuación:

¿Ella es una niña estudiosa? (expresa un pedido de información, un cuestionamiento);

İElla es una niña estudiosa! (expresa una critica, una sorpresa);

Ella es una niña estudiosa. (expresa una declaración)"

Además de dar coherencia y sentido para las palabras, la correcta puntuación organiza el texto dando entonación y pausa cuando necesario, haciendo el mensaje más claro y comprensible. ¿Ya experimentó leer este texto de un golpe sólo, sin pausas? İComo mínimo se quedará sin aire!

Ahora que ya sabe de la importancia de la puntuación en un texto, ¿quiere conocer los principales signos de puntuación? Vamos a ellos: punto, coma, punto y coma, dos puntos, puntos suspensivos, signos de interrogación y exclamación, parêntesis, corchetes, raya, comillas, ... ¡Son muchos!



Fuentes:


2. Manual de Español III – Ana Lúcia Pederzolli Cavalheiro (UFPel/UAB)


Español III

Semana 2 – Tarea Final

Nombres: Daniela Rocha Lima, Mariela Bier y Virgínia do Erre

Resenha: Dois Papas

A programação de férias continua, hoje a afilhada se foi. Depois de ler comentários de amigos e amigas, assisti ao filme queridinho do momento. 
Inspirado em fatos reais, o enredo central não é surpresa, porém adiciona detalhes interessantes e bem humorados das personalidades retratadas. 
Anthony Hopkins, impagável como o papa alemão, dá ao filme um brilho merecido. 
Do papa argentino é apresentada uma boa síntese de sua jornada e não assombra quem assistiu à série "Me llamo Francisco". 
A história é contada em vários idiomas, um charme especial da produção. O enredo explora diferentes linguagens de maneira brilhante. A trilha sonora surpreende quando inclui "Bella Ciao", música assumidamente revolucionária. Duas belas histórias de vida.

Resenha: O poço

Assisti ao filme queridinho do momento, "El Hoyo" (2019), disponível na Netflix. 

A narrativa se passa em uma prisão vertical, na qual cada andar comporta duas pessoas, em um possível futuro distópico. 

As personagens podem levar um objeto, Goreng, escolhe um livro, seu companheiro de piso, uma faca, outro, uma corda e uma mulher, um cachorro. 

A problemática gira em torno da disponibilidade de comida, onde os níveis superiores são privilegiados, porém a cada mês as posições se alteram aleatoriamente. 

A crítica é sobre o comportamento dos que estão no topo, desprezando os que estão abaixo da mesma forma que foram menosprezados em igual posição. 

Goreng tenta conscientizar aos que estão no andar superior, acusado de comunista, assim como a mulher do cachorro, que apela ao diálogo com os do andar debaixo, que só mudam o comportamento após a intervenção e  ameaça de Goreng. 

Há muitas reflexões possíveis, sobre consumismo, solidariedade, egoísmo, empatia, desigualdade, etc. 

A mensagem final pode ser interpretada como a esperança de que as gerações futuras nos salvem da cupidez humana.

Não por acaso o livro de Goreng é Dom Quixote, cuja mensagem "mudar o mundo, meu amigo Sancho, nao é loucura, não é utopia, é justiça" transcende o seu tempo e ressoa até os dias atuais. Será que a literatura pode mesmo ser agente da mudança que precisamos?

sábado, 29 de junho de 2019

Artes Visuais e Educação Especial


Avaliação da disciplina Artes Visuais e Educação Especial da UFSM.

Instalação “O avesso do avesso do avesso” por Mariela Bier (2019).

Inspirações:
- “Ready Made” de Marcel Duchamp (1887-1968) que propõe a apropriação de objetos que, com a intervenção do artista, viram arte.
- “O Livro de Areia” (1999) de Marilá Dardot arte que inclui a literatura e a participação do espectador. (https://mariladardot.com/artwork/o-livro-de-areia-the-book-of-sand/)
- “Global Angel Wings Project” (2012) de Colette Miller que nos lembra que somos os anjos na Terra. (http://colettemiller.com/angelwings)
- Aforismo grego “Conhece-te a ti mesmo” do Templo de Apolo em Delfos.
- “Concretismo” tendência na qual a arte deve materializar visualmente os conceitos intelectuais [Proposta por Theo van Doesburg, em 1930, e desenvolvida pelo grupo europeu Abstraction-Création 1931-1936, por Max Bill e a Escola de Ulm e, no Brasil, nas décadas de 1940 e 1950, em SP e no RJ.]









segunda-feira, 20 de junho de 2016

Veraneios



Creio que a mais remota lembrança que tenho sobre minhas leituras seja dos “veraneios” da infância, era assim que se chamavam os verões na praia de Cidreira.
Na viagem de carro, pela estrada velha, aquela em que havia figueiras e sonhos com recheio de creme no caminho, eu, recém alfabetizada ia devorando as placas de sinalização e propaganda. E lia em voz alta, para me exibir à toda a família. Algumas placas eram muito difíceis para aquela leitora de outrora, o carro passava mais rápido do que minha habilidade recém adquirida. Porém, contava com a solidariedade da minha mãe, que me ajudava com as palavras que ficavam para trás.
Naquela época, nem só de sonhos com recheio de creme se alimentava aquela criança na viagem de verão, mas essencialmente de palavras que se perdiam pelo caminho da estrada velha.


Atividade: Experiências literárias.
Disciplina: Introdução aos Estudos Literários.
Data: 17/04/2011

terça-feira, 17 de maio de 2016

Viver é a melhor solução: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo*


Há momentos na vida em que muitos de nós ficamos tristes e decepcionados.
Essa situação é muito comum. Quantas pessoas já sofreram com amor não correspondido?  Muitas, com certeza. Já pensaram se todas desistissem de viver, quantas pessoas teríamos no mundo? A capacidade de adaptação e superação é uma característica da evolução humana.
 
O silêncio sobre o suicídio só agrava a situação. Informação pode salvar vidas.
Esse é o objetivo de pensarmos hoje sobre esse assunto. Em 2014 a OMS - Organização Mundial da Saúde divulgou um dos mais importantes relatórios sobre a prevenção ao suicídio no mundo.
 
A ciência que estuda esse assunto é a suicidologia. Esses pesquisadores afirmam que 90% dos suicídios estão associados a doenças mentais que tem diagnóstico e tratamento. Isto é, de cada 10 suicídios, 9 podem ser evitados! São 2.200 casos de suicídio por dia no mundo. Média de 1 suicídio a cada 40 segundos. Se 90% podem ser evitados, quantas pessoas podem ser salvas por dia?
 
Conhecer os fatores de risco e as redes de proteção é muito importante para a prevenção ao suicídio. Não é fácil explicar porque há tantos casos de atentados contra a própria vida no mundo. O comportamento suicida é complexo e está associado a diferentes causas, tais como pessoais, sociais, culturais, biológicas e ambientais. Cada suicídio é uma tragédia que afeta família, amigos e comunidade. 
 
O relatório da OMS mostra que as maiores taxas de suicídio estão entre os idosos acima de 70 anos e os jovens entre 15 e 29 anos. E quais são as maiores causas de morte entre os jovens? 1º lugar: acidentes de trânsito; 2º lugar: suicídio. O relatório também mostra que são os homens que se suicidam mais que as mulheres. 
 
Para cada pessoa que tenta se suicidar, há 20 tentativas. São 19 pessoas que sobrevivem, mas podem ficar com problemas de saúde ou que podem tentar o suicídio novamente.  Já pensaram sobre isso? Calcula-se que são  44 mil tentativas por dia no mundo, 1 a cada 2 segundos. E no Brasil como são esses números? O Brasil está em 8º lugar em números absolutos de morte por suicídio no ranking mundial.
 
Em 2014 foi divulgado no Brasil o "Mapa da Violência" considerando os dados oficiais do Ministério da Saúde entre os anos de 2002 e 2012. Esse estudo revela números assustadores. Nesse período de 10 anos, as taxas de suicídio aumentaram muito mais do que as taxas de outras mortes no Brasil. Os números de suicídios registrados oficialmente subiram 33% e se mostraram maiores que o aumento nas taxas de acidentes de trânsito com 24% e homicídios em torno de 3%. Nesse mesmo período o aumento da taxa de nascimentos no Brasil foi de 11%.
 
Considerando apenas os casos registrados em 2012 o ranking de suicídio por estado no Brasil é: 1º lugar Rio Grande do Sul; 2º lugar Santa Catarina e 3º lugar: Mato Grosso do Sul. Há estudos específicos tentando identificar as razões dos altos índices de suicídio no RS que apontam para algumas conclusões: o uso de pesticidas (agrotóxicos) nas lavouras, a influência cultural dos imigrantes e outras características culturais.
 
Como podemos ver os dados revelam um grande problema que é considerado caso de saúde pública no Brasil e no mundo. O que todos esses números nos dizem? O que podemos fazer? Como prevenir? Há muito o que ser feito e é preciso fazer rápido. Para isso precisamos conhecer os fatores de risco e as redes de proteção. 
 
Além da relação do suicídio com os transtornos mentais, o uso de álcool e outras drogas, também há os fatores pessoais, sociais, biológicos e culturais para os quais devemos ficar atentos. São situações e comportamentos que podem aumentar o risco de suicídio. 

Fatores de risco patológicos:
Como já vimos 90% dos casos de suicídios relacionados com doenças podem ser identificados e tratados. As causas mais comuns são: depressão (36%), dependência de álcool e outras drogas (23%) , doenças mentais como esquizofrenia, bipolaridade entre outros (37%) e outras doenças mentais não diagnosticadas (4%). Buscar o tratamento médico é a solução para evitar problemas mais graves.
 
Fatores de risco pessoais:
Um fator de risco importante é o abalo psicológico com a morte de pessoas queridas. É preciso entender que é natural ficar triste diante da morte e que o período de luto é importante para a aceitação da ausência daquela pessoa. Cada um de nós tem o seu tempo é verdade, mas essa tristeza não pode se tornar parte da vida. Procurar ajuda de psicólogos e de outras pessoas faz parte de uma atitude saudável.

Fatores de risco da adolescência: 
Com os jovens ainda devem ser considerados os conflitos próprios da idade que podem causar angústia, como a escolha de uma profissão, o vestibular, a entrevista de emprego, sexualidade, entre outros. São questões que poderão ser superadas com calma e ajuda de amigos, família, escola e serviços públicos.

Fatores de risco sociais:
Também, outros comportamentos de alguns jovens em viver mais tempo dedicado aos jogos eletrônicos no celular ou videogame do que em atividades com os colegas de escola, amigos e familiares. Essas atitudes podem levar ao sentimento de solidão, problemas de relacionamento e conflitos, que são fatore de risco. Encontrar o equilíbrio entre atividades individuais e coletivas é a melhor maneira para uma vida feliz.

Fatores biológicos:
Não existe uma pessoa igual a outra. Nem os gêmeos. Cada um de nós é diferente de alguma forma que nos torna únicos. Algumas pessoas tem deficiências que podem ser vistas. Outras pessoas tem deficiências ocultas. Todos tem muito valor e podem buscar a oportunidade de ser cada dia melhor. Aceitar e respeitar as diferenças é fundamental para a convivência harmoniosa na família e na sociedade.

Fatores culturais:
Bullyng, machismo, homofobia e outros preconceitos que podem ocasionar violências físicas e psicológicas aumentam o risco para o suicídio. Quem é alvo de preconceito e violência pode sofrer e ficar frágil emocionalmente. Desamparadas e desprotegidas essas pessoas são mais vulneráveis a tentativas de suicídio. Políticas públicas de proteção existem para denunciar casos de abuso e risco de vida. 

Redes de proteção:
Família, escola, amigos, profissionais de saúde, serviços públicos de atenção especializada.
CVV: 141 
CVV RS: 188 
Disque 100 – Secretaria de Direitos Humanos
Disque 180 – Secretaria de Políticas para as Mulheres

Aconteceu na cerimônia de entrega do Oscar 2015 o escritor e produtor Graham Moore ao receber o prêmio pelo filme “O jogo da imitação” fez uma revelação, ele disse: “quando eu tinha 16 anos, tentei me matar porque me sentia estranho, me sentia diferente. E agora eu estou aqui. Gostaria de dedicar esse momento para outros garotos  que se sentem estranhos ou diferentes. Continuem estranhos. Continuem diferentes. Quando chegar à sua vez e você permanecer firme, por favor, passe essa mesma mensagem para outras pessoas.”

Cuidar da qualidade dos nossos pensamentos e sentimentos, das leituras, dos filmes, enfim, buscar os interesses mais sadios tanto quanto possível. Evoluir é trabalho pessoal e intransferível. Aprendemos com amor, mas também aprendemos com a dor e assim podemos ficar mais fortes e sábios para superar outros desafios que virão.

Ocupar o tempo livre com atividades úteis, de preferência ajudando outras pessoas em instituições de caridade é um ótimo remédio para a alma, melhora o humor e autoestima. Nessa atividade social podemos nos distanciar de nós mesmos para nos conectar com as necessidades dos outros e conhecer outras histórias de vida real.

O mais importante é perceber que nenhum sofrimento dura para sempre. Por mais assustadora que seja a tempestade, ela sempre passa, não é mesmo? Se o dia de hoje te parece desagradável e angustiante, espera e confia.
A melhor saída é a vida. 



*Texto baseado no livro “Viver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo. André Trigueiro. 2ª ed. 2015.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Uma imagem e uma música valem mais que mil palavras: Alvorada Voraz



Imagem: acervo pessoal.



Há um ditado popular que diz “uma imagem vale mais que mil palavras”, a autoria da sentença é atribuída ao pensador chinês Confúncio (551 a.C. - 479 a.C.). É verdade. 

E quando queremos atribuir palavras à uma imagem? Temos que recorrer ao nosso repertório em busca da tradução estética do que pensamos e do que queremos transmitir. 

A imagem que ilustra esse texto é um exemplo disso. Fiz o registro na estrada, ao amanhecer, durante o trajeto para o trabalho. 

A partir desse contexto, uma das ideias que me ocorreu para descrevê-la foi “alvorada voraz”. Alvorada é “a primeira claridade, o crepúsculo da manhã” e voraz “que devora, difícil de saciar”. 

Para quem, como eu, viveu a adolescência nos anos 80/90 muito provavelmente lembra da música homônima da banda R.P.M. do álbum “Rádio Pirata Ao Vivo” (Sony, 1986). 

Lembrei do título da canção, mas não de toda letra. Consultei o Google e foi como se tivesse entrado em uma máquina do tempo. 

Estava lá o registro de uma época longínqua, situada no século passado, mas ainda presentemente insaciável como sugerem Paulo Ricardo e Luiz Schiavon. 

“(...) Apocalipticamente, como num clipe de ação/Um clic seco, um revólver, aponta em meu coração/O caso Sudan, Maluf, Lalau, Barbalho, Sarney, ninguém paga o Jornal/É a propaganda, pois nesse país, é o dinheiro quem manda/Juram que não corrompem ninguém, agem assim/Pro seu próprio bem/São tão legais, foras da lei/Pensam que sabem tudo/O que eu não sei (...)”. 

As músicas, assim como as imagens, valem mais que mil palavras. Bem, mas essa foi em 1986, antes, muito antes, de conhecermos o que hoje chamamos de corrupção. Não? 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Conclusão

Transcorridos oito semestres em quatro anos: concluímos o curso. De cinquenta matriculados no primeiro semestre, 19 estudantes transpuseram a linha de chegada juntos. Alguns ficaram para concluir posteriormente e outros se perderam pelo caminho.

O último ano, sem dúvida, foi o mais árduo: estágios e TCC. Concluído o curso, formatura agendada, projetos e perspectivas para o ensino de espanhol como língua estrangeira. Encerra-se um ciclo e inicia-se outro. Continuemos: ao infinito e além.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Lançamento da Antologia Escrever é Normal

Casa de cultura Mario Quintana lança sua primeira antologia

Acontece no dia 08 de novembro, às 19 horas, na Casa de Cultura Mario Quintana, o lançamento da antologia Escrever é Normal.

Capa do livro mostra a linda fachada da Casa de Cultura Mario Quintana


O livro é resultado da oficina de criação literária ministrada pela escritora Ana Mello. São contos, crônicas e minicontos, abordando os mais variados temas. Boa parte dos textos foi produzida durante o curso que teve a duração de 12 encontros no período de agosto a novembro de 2012, oferecido gratuitamente pela Casa de Cultura Mário Quintana.

O grupo de onze alunos que assinam a antologia é bastante heterogêneo, as idades variam de 20 a 70 anos, fato que segundo Ana Mello, contribuiu enormemente para que a oficina acabasse em livro.

É a primeira vez que uma oficina oferecida pela CCMQ resulta na publicação de uma antologia. De acordo com Manoel Henrique Paulo, diretor da Casa, esta iniciativa visa estreitar os laços entre a instituição e a literatura, propiciando o surgimento de novos autores.

Inicialmente o título Escrever é Normal , foi usado para identificar a oficina da escritora Ana Mello, que salienta que arte de escrever está ao alcance de todos, basta querer.

O projeto tem apoio da Associação dos Amigo da Casa de Cultura Mario Quintana e Banrisul.

Maiores informações através do fone: (51) 3211 5608, setor de projetos especiais da CCMQ.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Hora do Recreio

Imagem: Blog Boilerdo


Um hábito que cultivo e me proporciona um recreio para a alma, em qualquer cidade que esteja, é buscar um banco de praça que me acolha para absorver um pouco da cultura local e, às vezes, produzir alguma calma, mesmo em meio ao caos.

Outro dia notei o banco da praça ocupado por um homem de barba acompanhado de um cão. Apesar de portar uma mala ele não parecia estar em viagem, pelo menos não o tipo que estou mais acostumada, aquela de ir e voltar.

Observando a cena percebi que ele aparentava morar pelas ruas, que aquele cão parecia ser a sua família e a tal mala provavelmente era toda a sua casa. Porém, acima de tudo isso, ele dava ares de viajar através da leitura de um livro. Assim como eu, o homem buscava naquele banco o seu recreio compulsório.



Oficina Escrever é Normal com Ana Mello
Tarefa: Produção de crônica a partir de uma imagem
CCMQ. POA. 29 agosto 2012.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Escrever é Normal

CCMQ
Foto: Viajar pelo Mundo


É uma pergunta? É uma afirmação.
Ainda não se sabe.

Iniciamos os encontros com a escritora Ana Mello na Oficina Literária "Escrever é Normal" que se repetirão todas as semanas na Casa de Cultura Mário Quintana - CCMQ - até novembro.

A jornada tem boas perspectivas: estabelecer diferenças entre os gêneros literários, descobrir autores, escrever e compartilhar.

Os escritores iniciantes que se arriscam nesta empreitada partilham de semelhante entusiasmo. Todos fazem sua arte. Condimentam o caldeirão da vida. Temperam a existência com todo tipo de emoção. Duvidam, questionam, riem. Muito além da Rua dos Cataventos, eles agora vivem e, especialmente, sonham.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Dibujo


He encontrado un gran dibujante que merece divulgación.
Muy interesante su trabajo.

Acerca del autor: "Me llamo Eneko, nací en Caracas en 1963 y soy dibujante desde que me salió el primer pelo de la barba. Algunos de mis dibujos parecen haber cobrado vida propia."



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Elaborando Projeto de Pesquisa


Imagem: Blog Taciano Lima
Na elaboração do projeto de pesquisa há três fases: planejamento, execução e divulgação.

Na primeira etapa delimita-se o tema e a proposição, define-se os objetivos gerais e específicos, a fundamentação teórica com uma breve apresentação de citações de autores referenciais sobre o tema e a metodologia empregada. Também nessa fase planeja-se o cronograma que conterá o tempo necessário para a execução do projeto, estimativas de custos, recursos humanos e materiais, se houver.

Na etapa de execução elabora-se a pesquisa piloto, faz-se a coleta dos dados, o armazenamento, a tabulação, a análise e a interpretação para redigir-se o relatório final com as conclusões do estudo.

A divulgação é a etapa final do projeto de pesquisa que pode ser através diferentes modalidades: artigo, pôster, palestra, apresentação, oficinas, etc.

As regras bibliográficas para o projeto de pesquisa são da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - o texto deve ter espaçamento entrelinhas de 1,5 cm e redigido em fonte Arial ou Times New Roman tamanho 12, assim como o título, que deverá, também, ser destacado em negrito e separado do texto por 2 espaçamentos de 1,5 cm.

O projeto de pesquisa é composto pelos seguintes elementos:

Pré-textuais:

1. Capa;
2. Sumário.

Textuais:

1. Introdução;
2. Justificativa;
3. Problema e/ou objeto;
4. Objetivos gerais e específicos;
5. Fundamentação teórica;
6. Metodologia;
7. Cronograma.

Pós-textuais:

1. Referências;
2. Apêndices;
3. Anexos.

Citações:

Para a fundamentação teórica do projeto de pesquisa é necessário citar outros autores sobre o tema em estudo. Essas citações devem, também, constar nas referência bibliográficas.

As citações diretas curtas (literais) devem estar no corpo do documento e entre aspas. As citações diretas longas (literais), com mais de três linhas, devem ser destacadas do texto com espaçamento simples, tamanho da fonte 10 e recuo de 4 cm. Não deve ter outro tipo de destaque como itálico ou negrito. Ambas devem conter ao final e entre parênteses o sobrenome do autor em caixa alta, o ano e o número da página citada.

A citação curta direta fica no corpo do texto “somos livres para ir e vir, mas não para pensar” (CURY, 2009, p. 18).

A citação longa direta ou literal fica destacada no documento:

Como podemos ser livres se protegemos nosso corpo com vestes, mas estamos nus em nosso psiquismo? Como podemos ser livres se infectamos o presente com o futuro, se sofremos por antecipação, se furtamos do presente o direito inalienável de beber da fonte da tranquilidade? (CURY, 2009, p. 18)

As citações indiretas (não literais) são as paráfrases ou comentários sobre as ideias do autor. Esse tipo de citação deve estar dentro do corpo do documento, coloca-se o nome do autor, em caixa baixa e em seguida, entre parênteses, a referência ao ano e página da obra pesquisada.

A citação indireta é uma referência às ideias do autor, para Cury (2009, p. 18) não temos liberdade de pensamento.

Embora as normas da ABNT sejam exigidas para um projeto de pesquisa, as instituições podem criar algumas regras próprias, sendo assim, o melhor é buscar orientação diretamente com o professor da disciplina.


Referências Bibliográficas:

1. MONTEIRO, Carolina Reis. Etapas para elaboração de um projeto de pesquisa. Curso de Formação de Professores de Espanhol como Língua Estrangeira. UFPel. 2012.

2.LEFFA, Vilson. Normas da ABNT: Citações e Referências Bibliográficas. Disponível em <http://www.leffa.pro.br/textos/abnt.htm#5.16> Acesso em 10 de maio 2011.

3. CURY, Augusto. O Vendedor de Sonhos: e a Revolução dos Anônimos. 3ª reimpressão. São Paulo: Ed. Academia de Inteligência, 2009. 319.


Introdução à Metodologia de Ensino e Pesquisa. Semana 3. Atividade 6. 11/05/2012.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Miniconto, microconto e nanoconto

Nano, exprime dimensão reduzida, nanoconto pretende ser menor que microconto e miniconto, respectivamente.

Na disciplina de Introdução de Estudos Literários  - IELit - tivemos contato com a minicontista Ana Mello. Há algum tempo eu acompanho o nanocontista Edson Rossatto. 

Admiro muito essa capacidade de síntese, explorada principalmente através do microblog Twitter, a rede social de 140 caracteres. 

De apreciadora a aspirante minicontista aconteceu naturalmente.
Minha primeira experiência foi em um concurso da ABL, de minicontos no Twitter em 2010.

As obras vencedoras são realmente muitos boas!

1ª lugar: "Toda terça ia ao dentista e voltava ensolarada. Contaram ao marido sem a menor anestesia. Foi achada numa quarta, sumariamente anoitecida".
Por Bibiana Silveira Da Pieve, do Rio de Janeiro, RJ.

2º lugar: "Joguei. Perdi outra vez! Joguei e perdi por meses, mas posso apostar: os dados é que estavam viciados. Somente eles, não eu".
Por Carla Ceres Oliveira Capeleti, de Piracicaba, São Paulo.

3º lugar: "Não sabia ao certo onde tecer sua teia. Escolheu um cantinho de parede da cozinha. Acertou na mosca".
Por Eryck Gustavo Silva de Magalhães, de Guaratinguetá, São Paulo.

Minha singela participação no concurso da ABL:

Frio. Solidão. As horas passam morosamente. Enfim, amanhece. Volto a sorrir. O mundo me espera novamente. Café e rua, rápido!

Em 2011 para IELit realizamos uma tarefa de minicontos, que deveria ter entre 600 e 800 caracteres e encerrar com um ditado popular. Me inspirei no microconto anterior, o ampliei e acrescentei o ditado popular:

Geada em 2010.
Foto: Arquivo Pessoal
Anoiteceu. Mais uma noite gélida de julho ao sul do país. Inverno implacável. Estou só e a solidão faz do frio uma lâmina afiada como as adagas. As horas passam morosamente. Displicentemente. Adormeço inquieta. Sono e sonhos agitados, pesados, embaixo de grossos cobertores. Enfim, alvorece. O sol nasce no horizonte. Tépido, cor de ouro. Um banho quente ajuda a despertar e aquecer. Café com leite e pão caseiro. Visto o pesado casado de lã de ovelha, toca e luvas. Apropriado para o rigor a enfrentar. Volto a sorrir. O mundo me espera novamente.  Para a rua, rápido! Deus ajuda a quem cedo madruga.



Para conhecer mais:
Edson Rossatto


Referências:

ABL. Disponível em <http://www2.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=10369&sid=672> Acessado em 1º de julho 2010.

Creatividad

Creación y presentación de una publicidad.
Desarrollar la creatividad para la ejecución de la tarea, con el uso creativo de la lengua española.





domingo, 1 de abril de 2012

Un poco de mí

Soy brasileña, pero podría ser de cualquier parte del mundo.



Algunos dicen que las cosas que hacemos son las que definen lo que somos. Si esto es verdad no lo sé, pero siempre hago muchas cosas. 

Tengo treinta y cuatro años y trato de ser tranquila, ¡pero mi marido y mi familia dicen que soy muy empecinada! 

Soy bondadosa y afectuosa. Me preocupa el bienestar de las personas, especialmente aquellas que están más cerca. ¡Lo mejor es que mis amigos dicen que soy cautivadora! También, soy activa y dinámica en mi trabajo. 

Me gusta el cultivo de la huerta: produzco frutas y alimentos orgánicos. Mi casa es sencilla, mezcla mobiliario antiguo con contemporáneo y recuerdos especiales. 

Me siento aburrida para las actividades en el gimnasio lleno y ruidoso. Yo prefiero practicar el yoga en un ambiente más tranquilo, así me quedo más flexible, fuerte y equilibrada. Soy un poco vanidosa.

Soy brasileña, pero podría ser de cualquier parte del mundo. 
Hacía otras cosas cuando era más joven y por eso puedo decir que he sido muchas personas diferentes. 
Toda mi historia me hace ser quien soy ahora. Sigo cambiando, buscando siempre ser una persona mejor.


Espanõl III, Módulo 2: La morfología de los adjetivos, El adjetivo calificativo, Actividad 1: texto revisado.
Texto: Mariela Bier
Revisión: Fábio dos Santos

Imagen disponible en: http://heliana.pro.br/creditos/. Accedido en 01/04/2012.