quarta-feira, 1 de abril de 2020

Resenha: O poço

Assisti ao filme queridinho do momento, "El Hoyo" (2019), disponível na Netflix. 

A narrativa se passa em uma prisão vertical, na qual cada andar comporta duas pessoas, em um possível futuro distópico. 

As personagens podem levar um objeto, Goreng, escolhe um livro, seu companheiro de piso, uma faca, outro, uma corda e uma mulher, um cachorro. 

A problemática gira em torno da disponibilidade de comida, onde os níveis superiores são privilegiados, porém a cada mês as posições se alteram aleatoriamente. 

A crítica é sobre o comportamento dos que estão no topo, desprezando os que estão abaixo da mesma forma que foram menosprezados em igual posição. 

Goreng tenta conscientizar aos que estão no andar superior, acusado de comunista, assim como a mulher do cachorro, que apela ao diálogo com os do andar debaixo, que só mudam o comportamento após a intervenção e  ameaça de Goreng. 

Há muitas reflexões possíveis, sobre consumismo, solidariedade, egoísmo, empatia, desigualdade, etc. 

A mensagem final pode ser interpretada como a esperança de que as gerações futuras nos salvem da cupidez humana.

Não por acaso o livro de Goreng é Dom Quixote, cuja mensagem "mudar o mundo, meu amigo Sancho, nao é loucura, não é utopia, é justiça" transcende o seu tempo e ressoa até os dias atuais. Será que a literatura pode mesmo ser agente da mudança que precisamos?

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