O filme Hebe - a estrela do Brasil (2019) é uma ficção, não uma biografia, porém atravessa a trajetória da famosa apresentadora brasileira em um recorte histórico do país na década de 80 durante a redemocratização, após a ditadura militar.
Andréa Beltrão em uma interpretação espetacular apresenta Hebe Camargo com força, alegria e conflitos pessoais.
Figurino, cabelo e maquiagem primorosos e dignos da estrela popular que ela foi no Brasil.
Há os dilemas pessoais da apresentadora com o marido Lélio, ciumento, em um relacionamento tóxico, que culminaram na separação do casal e a solidão do filho Marcelo, que emergem o paradoxo do sucesso profissional com as mazelas familiares.
O filme se concentra na transição da carreira de Hebe da rede Bandeirantes, cuja saída se deu pela interferência da censura, para o SBT, emissora na qual ela trabalhava quando se envolveu em um escândalo político em decorrência de suas opiniões sobre a corrupção, a inflação e a defesa das minorias, enquanto em contradição recebia Paulo Maluf na ceia natalina.
Há cenas emocionantes com o seu cabeleireiro Carluxo, vítima da AIDS. Também momentos hilários com Dercy Gonçalves e Roberta Close.
Outros personagens famosos apresentados na narrativa são Roberto Carlos, Chacrinha e até Menudos em uma cena constrangedora de Hebe falando em Portunhol.
O filme mostra um pálido retrato da desigualdade do Brasil nos anos 80, mesmo assim nos traz reflexões necessárias sobre liberdade e democracia, temas que são caros no Brasil atual.
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