domingo, 17 de maio de 2020

Resenha: Hebe - a estrela do Brasil

O filme Hebe - a estrela do Brasil (2019) é uma ficção, não uma biografia, porém atravessa a trajetória da famosa apresentadora brasileira em um recorte histórico do país na década de 80 durante a redemocratização, após a ditadura militar. 

Andréa Beltrão em uma interpretação espetacular apresenta Hebe Camargo com força, alegria e conflitos pessoais.
Figurino, cabelo e maquiagem primorosos e dignos da estrela popular que ela foi no Brasil.

Há os dilemas pessoais da apresentadora com o marido Lélio, ciumento, em um relacionamento tóxico, que culminaram na separação do casal e a solidão do filho Marcelo, que emergem o paradoxo do sucesso profissional com as mazelas familiares.

O filme se concentra na transição da carreira de Hebe da rede Bandeirantes, cuja saída se deu pela interferência da censura, para o SBT, emissora na qual ela trabalhava quando se envolveu em um escândalo político em decorrência de suas opiniões sobre a corrupção, a inflação e a defesa das minorias, enquanto em contradição recebia Paulo Maluf na ceia natalina.

Há cenas emocionantes com o seu cabeleireiro Carluxo, vítima da AIDS. Também momentos hilários com Dercy Gonçalves e Roberta Close. 
Outros personagens famosos apresentados na narrativa são Roberto Carlos, Chacrinha e até Menudos em uma cena constrangedora de Hebe falando em Portunhol. 

O filme mostra um pálido retrato da desigualdade do Brasil nos anos 80, mesmo assim nos traz reflexões necessárias sobre liberdade e democracia, temas que são caros no Brasil atual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mostre a sua língua